Rui Barreira Zink is a professor at New University of Lisbon, where he graduated in Portuguese Studies and obtained the PhD in Portuguese Literature. Reader of Portuguese at the University of Michigan (1989/90).
Author of several books, among trials and fiction, the novel stresses Hotel Lusitano (1987), Apocalypse Nau (2000), The Substitute (1999) and The Surfers (2001), and the books of account the reality now Color (1988) and Spider-Man (1994), "The Anibaleitor" (2006). Cooperating with the press and made literary translation.
Rui Zink received the Award of P.E.N. Portuguese Club, the novel Davida Divine (2005), has represented the country in events like the Biennial of São Paulo, the Book Fair in Tokyo or the Edimburgh Book Festival.
À semelhança de A Instalação do Medo (premiado com o Utopiales, o mais prestigiado prémio francês de ficção especulativa) Osso traz-nos uma história que decorre num único espaço e que centra no diálogo entre duas personagens. Enquanto o premiado decorre num só tempo (um mesmo episódio descrito do princípio ao fim) neste caso vão decorrendo pequenos saltos temporais – a conversa vai sendo tido ao longo de vários meses. Até porque um dos intervenientes não tem outro lugar para estar.
Em Osso um homem foi apanhado no aeroporto com explosivos. Nesse seguimento é detido e interrogado. O interrogatório rapidamente segue pelo absurdo, principalmente por culpa do interrogado que tem uma lógica um tanto ou quanto estranha. Sim, tentou passar com explosivos. Mas era uma forma de pagar a viagem. E até era uma bomba tão pequena. Tão insignificante. Tão avariada.
Quem lhe deu a bomba? Um primo. Claro. Que para essas coisas não se recorre a estranhos. Mas o interrogado até inutilizou a bomba. Não havia problema nenhum. Decerto, agora que já confessou, se pode ir embora!
Assim prossegue a conversa durante 130 páginas. Tem bons momentos, outros mais aborrecidos, mas com um final fantástico. Com o prosseguir da conversa, também o relacionamento entre os dois se altera, com o interrogador a deixar cair, por vezes, a sua faceta mais dura e a revelar genuína curiosidade pelo raciocínio do interrogado. Ainda que tenha achado A Instalação do Medo mais interessante este Osso é de agradável (e rápida) leitura, sem chegar ao patamar do excelente.
Um diálogo magnífico entre um terrorista e um polícia. O que prende é a capacidade do terrorista de enganar o polícia e do polícia de se deixar enganar pelo terrorista, inocente, claro está. Resultou também num belo espetáculo do Américo Rodrigues na Guarda.
C'est plutôt un bon 3,5/5 qui pourraient tendre vers les 4 étoiles, plus pour ce que ces deux courts textes révèlent de la personnalité et de l'univers de l'auteur (dont j'ai bien envie de lire les autres ouvrages) que pour les textes en eux-mêmes. Ces derniers sont savoureux d'absurdité, tout ce que j'aime, et c'était une belle surprise, car je ne m'y attendais pas, il y avait même un air de Ionesco, mais sur la longueur (je parle pour le premier), ça finissait par partir dans grand le n'importe quoi à n'en plus être drôle, un peu façon l'absurde en roue libre.
Mais um exemplo da boa escrita de Zink, que parece conseguir juntar sempre um pouco de irrealismo à realidade e tudo fazer sentido. Principalmente nesta história entre o bombista (que não o era bem) com o seu carcereiro (ou compadre), mas que no fim se libertam ambos das restrições que os atormentam e descobrem todo um novo mundo.
Sur une base humoristique, l’auteur parle de notre rapport au mensonge (le terroriste aurait voulu remplir un questionnaire à son entrée au pays dans lequel il aurait dit la vérité – le policier est espionné par sa hiérarchie).
Il est également question de manipulation quand le terroriste parvient à convaincre le policier de s’enfuir avec lui.
Un récit déjà prêt pour le théâtre.
Quelques citations :
Mon cousin et ses associés ont même un joli panneau à l’entrée de leur boutique, avec un slogan amusant : « Visitez d’autres pays et explosez de joie » (p.16)
Croyez-moi, le vieux, même violent et sanguinaire, veut vivre. Le désir de mourir est un truc de jeunes. Le martyre, c’est très bien pour des gamins qui ont du temps à revendre. (p.42)
Le virus de l’écriture :
Dans un future proche, le virus de l’écriture s’est répandu et tout le monde écrit : plus personne pour faire cuire le pain, ni même pour le manger : ce virus entraîne la mort.
Seul le narrateur n’est pas atteint, immunisé depuis son enfance pendant laquelle il a voulu devenir écrivain.
Il espère bien reconnaitre d’autres non porteurs du virus : ce sont ceux qui lisent.
Encore une fois j'ai eu grand plaisir à lire Rui Zink. Une écriture fine avec beaucoup d'humour et très très sarcastique. Le court roman est suivi d'une nouvelle appelée "Le virus de l'écriture", très bien aussi j'ai beaucoup aimé !