Raul Pompéia
Born
in Angra dos Reis, RJ, Brazil
April 12, 1863
Died
December 25, 1895
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O Ateneu
146 editions
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published
1888
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Uma tragédia no Amazonas
6 editions
—
published
2012
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As Jóias da Coroa
13 editions
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published
1882
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Crônicas do Rio
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published
1996
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Literatura Comentada: Raul Pompéia
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published
1981
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Violeta
3 editions
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published
2012
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O mal de D. Quixote e O tapacurá de Cendi: Dois contos de Raul Pompéia (MiniPops)
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14 de Julho na roça
5 editions
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published
2012
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Canções sem metro
—
published
2013
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Uma Noite Histórica
—
published
1889
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“Qual a missão da arte? Originária da propensão erótica fora do amor, a arte é inútil — inútil como o esplendor corado das pétalas sobre a fecundidade do ovário. Qual a missão das pétalas coradas? De que nos serve a primavera ser verde? As aves cantam. Que se aproveita do cantar das aves? A arte é uma consequência e não um preparativo. Nasce do entusiasmo da vida, do vigor do sentimento, e o atesta. Agrada sempre, porque o entusiasmo é contagioso como o incêndio. A alma do poeta invade-nos. A poesia é a interpretação de sentimentos nossos. Não tem por fim agradar.”
―
―
“Lembramo-nos, entretanto, com saudade hipócrita, dos felizes tempos; como se a mesma incerteza de hoje, sob outro aspecto, não nos houvesse perseguido outrora, e não viesse de longe a enfiada das decepções que nos ultrajam.
Eufemismo, os felizes tempos, eufemismo apenas, igual aos outros que nos alimentam, a saudade dos dias que correram como melhores. Bem considerando, a atualidade é a mesma em todas as datas. Feita a compensação dos desejos que variam, das aspirações que se transformam, alentadas perpetuamente do mesmo ardor, sobre a mesma base fantástica de esperanças, a atualidade é uma. Sob a coloração cambiante das horas, um pouco de ouro mais pela manhã, um pouco mais de púrpura ao crepúsculo — a paisagem é a mesma de cada lado, beirando a estrada da vida.”
― O Ateneu
Eufemismo, os felizes tempos, eufemismo apenas, igual aos outros que nos alimentam, a saudade dos dias que correram como melhores. Bem considerando, a atualidade é a mesma em todas as datas. Feita a compensação dos desejos que variam, das aspirações que se transformam, alentadas perpetuamente do mesmo ardor, sobre a mesma base fantástica de esperanças, a atualidade é uma. Sob a coloração cambiante das horas, um pouco de ouro mais pela manhã, um pouco mais de púrpura ao crepúsculo — a paisagem é a mesma de cada lado, beirando a estrada da vida.”
― O Ateneu
“Jóias deste preço imobilizavam-se nas coleções, inalienáveis por natureza como certos diamantes. Nem por isso era menos ardente a mercancia na massa febril da pequena circulação; da quantidade infinita dos outros selos, retangulares, octogonais, redondos, elipsoidais, alongados verticalmente, transversalmente, quadrados, lisos, denteados, antiqüíssimos ou recentes, ingleses, suecos, da Noruega, dinamarqueses, de cetro e espada, suntuosos Hannover, como retalhos de tapeçaria, cabeças de águia de Lubeck, torres de Hamburgo, águia branca da Prússia, águia em relevo da moderna Alemanha, austríacos, suíços de cruz branca, da França, imperiais e republicanos, de toda a Europa, de todos os continentes, com a estampa de um pombo, de navios, de um braço armado; gregos com a efígie de Mercúrio, o deus único que ficou de Homero, sobrevivo do Olimpo depois de Pã; selos da China com um dragão esgalhando garras; do Cabo, triangulares; da república de Orange com uma laranjeira e três trompas, do Egito com a esfinge e as pirâmides, da Pérsia de Nasser-ed-Din com um penacho, do Japão, bordados, rendilhados como panos de biombo e de ventarolas, da Austrália, com um cisne; do reino de Havaí, do Rei Kamehameha III, da Terra Nova com uma foca em campo de neve, dos Estados Unidos, de todos os presidentes, da República de São Salvador com uma auréola de estrelas sobre um vulcão, do Brasil, desde os enormes malfeitos de 1843, do Peru com um casal de lhamas; todas as cores, todos os sinetes com que os Estados tarifam as correspondências sentimentais ou mercantis, explorando indistintamente um desconto mínimo nas especulações gigantescas e o imposto de sangue sobre as saudades dos emigrados da fome.”
― O Ateneu
― O Ateneu
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